Artigo escrito na Revista “Pensar fora da Caixa” – semestral #11 | JULHO 2019 | GRUPO SD

É evidente que o desenvolvimento da tecnologia dos últimos anos abriu espaço a novas expectativas nas pessoas, e houve alterações nas culturas dos vários países, já desde a globalização que, modificou-se a subsistência das relações familiares/afetivas na interação social e, no mercado de trabalho. Os empregos começaram a ser mais voláteis, tivemos de abrir portas as novas ferramentas e, inúmeros fatores distratores surgiram, assim como, uma maior exigência de tempo e performance.

Aqui, também, as relações familiares/afetivas sofreram alterações e adaptaram-se a novos paradigmas. O homem deixa de ser o único a suportar as necessidade da sustentação familiar e, a mulher, juntou-se ao mercado de trabalho estando ambos, e, o desejável, em igualdade de circunstancias.

A família veio a formar-se muito mais tarde e, a mulher a adiar a maternidade, o que acontece na maiorias das vezes, quando ambos se distanciam nas responsabilidades parentais e, os dois aumentam a sua dedicação à área empresarial. Esse processo veio estruturar novas famílias algumas disfuncionais e, outras monoparentais. É aqui, que, urge a importância de ter uma relação equilibrada, bem resolvida e sustentada por princípios e valores que se pautem aos dois intervenientes para que não danifiquem o relacionamento entre o casal, nem as relações laborais adjudicadas a cada um, na sua organização. Cientificamente, está provado que, casais cujo relacionamento já dure há mais de 5 anos, e em que exista um conflito laboral, a juntar à dimensão da intimidade e problemas financeiras, são as maiores motivações geradoras de conflito entre o casal e, obviamente afetando a sua comunicação. É com este desígnio que as organizações podem concluir que, uma má relação familiar/afetiva de cada um e o seu papel de colaboradores e/ou gestores influencia o desempenho de tarefas, comprometimento organizacional bem como o seu envolvimento e identificação com os valores e missão da organização. Assim, um mau relacionamento pessoal (familiar e/ou afetivo) pode pôr em causa o nível da satisfação com o trabalho, a dedicação, uma maior intenção de sair da organização e lealdade organizacional. Sentir-se realizado não significa apenas ser bem remunerado, ou viver em prol da família, mas sim encontrar o ponto de equilíbrio, onde a ponderação entre atitudes e a realização dos compromissos não faça mexer o fiel da balança, assumindo assim que ninguém se sinta prejudicado e, todos sintam valor acrescentado. Não esqueçamos que uma das questões principais é que uma das necessidades básicas do ser humano é sentir-se útil, ser reconhecido, e, sentir que faz a diferença.

Nessa procura constante ao longo da vida, deste equilíbrio, muitos profissionais perdem-se, prejudicando ambas as partes, pelo fato de se focarem excessivamente apenas no desenvolvimento da sua carreira, o que na maioria das vezes resulta na desestruturação familiar. Este equilíbrio é uma missão desafiadora mas, não impossível!